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[X]
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O livro é sobre o sentir e as suas transformações ao longo das últimas gerações.
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Era uma vez,
num tempo em a informação útil se restringia ao contexto habitado e as opções vivenciais a julgamentos dicotómicos, qualquer experiência vivida era sentida como única, as nuances entre os opostos eram descobertas pela primeira vez in loco.
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Mas às tantas,
o sentir foi-se globalizando a par com tudo o resto: hoje temos manuais que nos ensinam a lidar com qualquer inquietação desde a infância à velhice. O acesso às excepções já não faz apenas na partilha duma intimidade ou de um segredo - faz-se, e comenta-se, como uma formula. O virtual tornou-se um laboratório por excelência na experimentação dessas excepções, mas como qualquer laboratório é asséptico, as variáveis são controladas e protegidas de contaminações exteriores. O real não é asséptico, contamina-se com o lugar e a proximidade de outro corpo, transformam-se naturalmente numa outra experiência.
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E depois,
depois nada. . .
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