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[o pensamento vertical geralmente usa gravata]
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percebo bem aquela adrenalina libertada, numa leveza quase encantada, quando se tem uma ideia que resolve um problema. ao fim de dias, semanas, mesmo meses, com uma inquietação que nunca se resolve quando queremos, mas quando estão reunidas as condições para que o pensamento se deixe iluminar – quando isto acontece, dá-se um orgasmo mental que extravasa também para o corpo.
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a investigação vertical – o escavar em profundidade – pode levar-nos à raiz do problema lá no fundo do buraco, mas apesar do gratificante que isso possa ser convém saber sair se queremos continuar.
há quem escave sempre no mesmo buraco, crie grutas incríveis, muitas vezes insondáveis e viva lá a vida inteira.
para estes seres, o buraco de um outro, deve provocar uma estranheza enorme...
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na mesa, uma conversa acerca da nova série Book de Augusto Alves da Silva, patente no museu de Serralves, onde o fotógrafo assume, finalmente, a sua obsessão pela imagem do corpo feminino. processo: colocou um anúncio na net onde pedia modelos amadoras para sessões fotográficas, todo o processo foi politicamente correcto (para mais explicações clicar aqui)
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gajo1: aquilo é um erotismo barato. politicamente correcto e tal, mas desinteressante.
gajo2: mas apareceram muitas ao anúncio?
gajo1: às resmas pá! essas gajas das caixas e balcões desse comercio todo…
gaja: ouvi dizer que apareceu uma doutorada em bioquímica nuclear ou algo parecido.
gajo2: ... mas... mas, como é que uma mulher assim... se mete numa dessas...?
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esses seres completamente individuais, podem deixar-nos obras e descobertas fantásticas, preciosas, mas tratar-se-ão sempre de obsessões não partilháveis.
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basta pensar na vida sexual do kafka – inexistente!
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