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in
Je vous salue, Sarajevo
de
Jean-Luc Godard e Anne-Marie Miéville

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13 comentários:

I Am No One disse...

Arte como "contra-cultura" é em si uma "cultura" também.

film-m k disse...

sim, a contra-cultura é em si uma cultura.
mas uma arte "aculturada" acaba por não ser muito pertinente - passa a ser apenas um produto de entretenimento.

I Am No One disse...

Concordo que a arte não "nasça" cultura mas tem sempre que se tornar cultura senão perde o sentido.

O homem nasce "homem" e só depois se torna "pessoa" ;)

film-m k disse...

sim, mas esse aculturamento vem exactamente da cultura (ela engloba tudo) é tal e qual a economia: qualquer coisa que a queira subverter acaba por ser rentabilizada - olha o exemplo do vosso bairro alto, pensa nas diferenças de à 15 anos para agora...

quanto ao homem, ele até pode chegar a pessoa, mas até chegar a "indivíduo" ainda demora muito. rs rs rs
:p

I Am No One disse...

O "hommem" nasce como indíviduo, não é por acaso que, popularmente, se diz que as crianças são honestas, depois torna-se "pessoa" é englobada pela sociedade e pelas suas culturas, muito dificilmente voltará a ser "Homem", ou individuo.
Essa é a razão porque eu acredito que todos devem exzperimentar mas só alguns deviam fazer ;)

O Bairro Alto sofre de um problema que é ter sido nos anos 80/90 o ninho de tudo o que acontecia em Lisboa, o que criou expectativas elevadas a quem se importa com estas coisas, ora nem todas as épocas são iguais e decerto muito dificilmente voltaremos a ter a explosão de criatividade dessa altura (pelo menos concentrada em tempo e espaço) simplesmente porque as necessidades não existem. Os anos 80 foram anos em que ninguém olhou para trás sob pena de perder o comboio.

E isto já mudou o rumo para outros assuntos ;)

film-m k disse...

e é assim, a mudar de rumo que as conversas se mantêm vivas :)

concordo com o que dizes do bairro alto, no comboio da economia dos anos 80 havia bilhetes para todos.

mas continua a haver, dou-te outro exemplo, os maus hábitos aqui no porto, começou cheio de boas intenções e exposições, uma associação com espaço um independente que pretendia apresentar algo mais que a 'cultura' do costume - hoje é apenas um bar. ate pode ir tendo bons concertos, desde que sejam rentabilizados.
a arte não pode ficar presa à rentabilização, ao comercio cultural.


quanto às crianças serem honestas... desculpa, mas não concordo:
das primeiras coisas que aprendem é a mentir - e começa logo com o choro para chamar as atenções,
... não?
:)

I Am No One disse...

:)
Ainda assim estão muito mais próximas da honestidade que nós alguma vez estaremos.

O problema é que hoje tudo está à distancia de um clique de rato, não precisas de esforço fisico para encontrar o que precisas e o mental também não é muito. Não é preciso conheceres pessoas e criar a tua imagem "à tua imagem", basta inscreveres-te num forum ou andares pela net e copiares o que vês, sem critica não há evolução e a critica à distancia tem o valor que tem. É-nos oferecida uma falsa sensação de facilidade o que leva a tentar tudo o que apetece, ora isso é bom mas só para quem tem bom senso e uma auto-critica razoável.
Não se vêm grupos de pessoas nos cafés a discutir ideias, vêm-se pessoas num bar a discutir o facebook e os blogs, como se evolui assim? Acho que esta será a grande questão a partir de agora.

Parece mentira mas creio que os anos 80 foram mal interpretados e isso leva ao vazio que temos hoje.

I Am No One disse...

E ainda, esta porcaria de "Lo-fi" que hoje está muito em voga na musica é um exemplo claro do facilitismo que falava em cima.

film-m k disse...

sobre essa diferença entre a vivência real e a vivência virtual escrevi à uns tempos este post:
http://filma-me-redux.blogspot.com/search/label/mario%20perniola%20-%20do%20sentir

sobre as conversas de café, herrr... pá, isso deve depender dos cafés - até conheço uns onde se discute umas coisas... nem que seja as bolhinhas da cerveja :P

quanto ao vazio... sinceramente acho o contrário (apesar de talvez não estejamos a falar de coisas opostas), o que temos hoje é uma falta de vazio - um excesso - um ruído... nos anos 80 ao haver menos informação a circular e menos estímulos com que reagir, quando esse vazio era ocupado por algo, um concerto por exp., dava-se mais valor ao momento. por outro lado, sabíamos lidar melhor com esse vazio (por. exp.: sempre precisei, e apreciei, momentos de silêncio diários, as novas gerações, pelo que vejo, são incapazes de lidar com o 'náo fazer nada' eles não sabem sequer lidar com o aborrecimento - à mínima contrariedade ficam aborrecidos, como que por capricho...)

talvez seja por isso que esta nova musica apareceu... porque não pode ocupar demasiado vazio - tem de deixar "uns centímetros" de espaço para as outras "500 mil" bandas lo-fi ;)

I Am No One disse...

O buraco negro que o senso comum percepciona como o vazio não é mais que uma zona com uma velocidade tal que tudo o que lá dentro estiver não consegue sair, incluindo a luz (fonte wikipedia :p). Ou seja o caos que lá está e que percepcionamos como vazio é o mesmo que falas e que eu trato como vazio.
Nos anos 80, 70 e muitos lá fora, a verdade é que não havia nada, daí a "necessidade" a impelir a criação de coisas novas.
Atingimos uma velocidade tal de informação que nada perdura como verdadeiramente novo, não dando assim tempo para chegar aos cafés... Desesperamos por arranjar uma "necessidade" daí os "lo-fi" e por aí fora, não gosto, tenho duvidas até que seja musica mas será provavelmente um sinal de alarme de que o desespero aumenta ;)

E já discuti muitas vezes as bolhas das cervejas e o facto das gaivotas não se enterrarem no lodo do Tejo ;)

I Am No One disse...

E quanto aos cafés, eu estava a generalizar, claro que se quiser também encontro cafés onde o que disse não se passa mas isso não é o reflexo do que acontece, passa a ser o reflexo do que me acontece ;)

film-m k disse...

tás mais pessimista que eu!
um buraco negro não é um sinal de alarme, é uma fatalidade! rs rs rs

(mas sim, concordamos)

I Am No One disse...

É um sinal de alarme se o vês ao longe é melhor ir por outro lado ;)


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