o outro é sempre alguém inacessível,
(ainda mais do que eu me sou muitas vezes)
mas há sempre momentos, geralmente após algum acontecimento – porque é com o acontecer, com o fazer, com o dizer, que nos revelamos (e revelemo-nos
sempre em paisagem – naquela que nos rodeia) – que melhor conseguimos ver o outro, de fora, na sua
paisagem, na sua unicidade.
nestes dias vi-o destacado na sua paisagem.
(é o ser que me acompanha nos últimos meses, a pessoa que
amo)
e finalmente percebi-o numa das suas facetas:
no isolamento.
um ser autónomo entre autómatos.
um ser individual entre réplicas.
e salve-me o sarcasmo:
um adulto entre adolescentes.
abre-se-me um vazio no peito para o receber.
o recolher.
mas é longe demais.
de longe vê-se melhor o contexto.
mas pior o pormenor.