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[this is hardcleaning: se serve a catarse é a este blog que pertence]


[coincidências linguísticas]


Provavelmente lemos todos os mesmos livros e estamos todos nas mesmas conversas.


Mas fará sentido usarmos todos a mesma linguagem quando o sentido que damos às palavras é inevitavelmente diverso?
Quem é quem para legitimar qualquer tipo de consistência às ditas, principalmente as escritas? Mas também, quem é quem para as tentar legitimar, escrevendo-as?


Fazemos com as palavras o mesmo que com os objectos:
para mim um rádio é um instrumento que dá musica, aquela que quero ouvir; para outro o mesmo objecto serve para ser desmontado e extrair do seu interior o que quer ver – a metodologia é diferente, o objectivo é o mesmo: o querer.


Pelo que leio, parece-me que aqui no Porto estes dois termos, metodologia e objectivo, são revestidos com o mesmo material linguístico – descaracterizando-lhes a forma e iludindo o leitor.
As palavras têm significados diferentes em bocas diferentes – é suposto que assim seja e é suposto que assim seja entendido, no desencontro.
O encontro/entendimento pela linguagem só não é uma utopia para aqueles que se transformam naquilo que representam. E a representação aqui, não é mais que uma especialização (esse vírus liberal que também constipa o meio artístico).

***

Que posso concluir depois de ler as catalogações com que alguns daqueles que agem, actuam, observam e ajudam a construir a dita cena artística do Porto fazem da mesma, de si mesmos e dos outros que a constituem? Ou ainda, desse lugar "idílico" onde se "faz" "verdadeiramente" "arte"?



Tanto e apenas o desencontro.


(O meu, claro! Que não tirei a especialização...)


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